domingo, agosto 15

"12 anos"

 

Afundado em 50 milhas de

Escuridão,tateio meus

Próximos passos,

Evitando espelhos capazes

De transfigurar minha

Certa segurança em desespero

Pleno.

 

Evocando a tirana Sugestão,

A mente sucumbe e

Aliada se torna daquele

Medo próprio que a toma.

 

E fujo, e corro, e vou

Ao leito por pouco vazio,

Mas eternamente seguro.

 

sábado, agosto 14

Mas já entardeço,

Com a mente vaga

Diante do apreço por uma

Imagem.

Clara, forte,

Afeita ao que me é longínquo,

Como a alegria retalhada no cartaz.

"Fôlego"


Na ladeira Urupês do desespero

E desamor, um casal morreu.

Cruzes pretas não negam o ocorrido.

 

A descida fatal também me mata,

Aos poucos.

 

Incrustado de viscosidade tola

de futuro e passado,

Arde um corpo submergido na

Somatória do real.

 

sexta-feira, agosto 13

"Verde"

 

Cinco vezes morta e

Desovada no rio.

 

Ainda assim minha esperança

Teima em renascer, baleada.

"Variações em Dó II"

Extrapolava a beleza

Ou qualquer boniteza

Por esta cansada vista

Jamais capturada.

 

Diferia do resto,

Mas nem tanto:

Também disse “não”.

Carnaval

Fechem vidros, salas,

Portões!

 

A felicidade chegou,

Trajando um longete purpúreo

E fina bolsa ornada de risos,

Alegrias mil, seguida do séquito

Sussurrante.

 

- Espalhafatosa desse jeito,

Não recebo em casa, gritou

enquanto batia a porta.

Tua liberdade – infinita –

Me confina a sorte

Do Universo real,

Sujo.

 

Lacrado pra vida,

Observo teus passos incertos,

sob um carpete repleto de passados

evaporando na medida que a distância

se faz presente.