sábado, junho 6

B de Bukowski*

 

            O armário continuava a ranger e o ventilador parecia não surtir efeito contra o pegajoso e podre calor que agora já infestava toda a casa. O cigarro aparecia como o último remédio contra aquilo tudo. E, de fato, talvez fosse.

            Mas era segunda-feira ainda e o calendário apontava pra mais uma feliz semana de trabalho como pedreiro na construção de um prédio qualquer.

            Desligando o velho radinho de pilha, foi dormir num colchão furado estendido por ali.

 

            O despertador foi rápido ao torturá-lo para levantar e sair daquele quartinho (que permanecia, mesmo de manhã, um forno).

            Com um pingo de remorso ele ficou assim que bateu forte no diminuto aparelhinho irritante. Coitado! não tinha culpa do horário que deixaram pra despertar. Apenas fazia seu trabalho.

 

            - Merda! É sempre assim! Amiguinhos meus da terceira série iriam dizer a mesma coisa; mafiosos, traficantes e outros filhas-da-puta também.

            ...Eles ainda seguem regras. Muitas regras.

 

            Seguiu rápido para lavar a cara – ainda moribunda – e contemplar o estrago que o último porre deixara seu rosto.

* Texto incompleto.


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