terça-feira, maio 26

Para uma amiga

Karol ali sentada, quieta em sua carteira, atenta apenas ao sensível som do silêncio e aos instigantes pensamentos que lhe surgiam para tirá-la de qualquer realidade em que estivesse.
Memóras, memórias também enchiam de cores todo aquele melancolismo típico da manhã. Um sorriso talvez se desenhasse em seu pálido rosto.
Feliz não porque alegre, não porque contente. Feliz por estar viva, apenas.
Outra página virada no livro didático em cima da mesa. Outro minuto a menos no Planeta. Outra hora para a eternidade.
Brisa alguma se sentia por ali. O ar-condicionado fazia o papel de Mãe Natureza.
Janelas, todas próximas, formavam uma visão panorâmica. Nada de muito bom para se ver, é verdade, mas o olhar da menina apontou decididamente para lá. Atravessou o vidro, os prédios e tudo mais que estivesse visível e foi de encontro ao que pessoa alguma podia ver.
Os olhos pensavam, a mão tornava-se impaciente e o relógio clamava por segundos mais rápidos.
Num pequeno suspiro, desfez-se ela em lágrimas, em pranto. Sim! Era feliz agora, mais do que poderia vez alguma imaginar.
O forte gosto da liberdade quando vai à boca é com toda a certeza inesquecível. Ainda mais quando sensato.
Sorriu novamente, de volta para a realidade.

Um comentário:

  1. Muiiiiito bom, quase xego a ver a relação paradoxal entre felicidade e vida.

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